LADISLAU MOLNÁR E SUA FAMÍLIA
Padre Ladislau Molnár nasceu na cidade húngara de Székesfehérvár, no dia 03 de julho de 1931. Seus pais foram pequenos agricultores. Profundamente católicos, cultivaram a oração em família e a freqüência “diária” à Santa Missa. Sua fé teve como base a Eucaristia, Maria Santíssima e a fidelidade incondicional ao Papa. Desde muito cedo sentiu o desejo de trabalhar como líder paroquial entre os jovens, buscando e conduzindo vocações.
A vida e a obra do Cardeal Joseph Mindszenty marcaram profundamente a Fraternidade Nossa Senhora da Evangelização e sua história. O Padre Ladislau Molnár, que o conheceu pessoalmente, declarou: “O cardeal Mindszenty foi homem santo, mártir, simples, fiel a Roma, fiel a Jesus, que amava e respeitava o seu povo. Com certeza, esse homem será canonizado. Precisa ser”.
Após sua libertação, em 1956, pediu asilo na embaixada dos Estados Unidos. Morreu em 06 de maio de 1975, no exílio, em Viena e enterrado no Santuário de Maria Zell. O processo de Beatificação teve início em 22 de outubro de 1996.
Padre Ladislau Molnár foi testemunha ocular daqueles fatos.
Na Hungria, o jovem Ladislau encontrou-se com o Cardeal Joseph Mindszenty, o que despertou a sua vocação sacerdotal. Ao completar a maioridade, ingressou no Seminário. Em 1952, todos os seminaristas foram expulsos e os Seminários fechados. Diante daquela situação, partiu para a cidade de Szeged, onde o regime permitiu o funcionamento de um Seminário, pedindo entrada para si e para 44 companheiros. Em 19 de junho de 1957 foi ordenado sacerdote, recebendo o lema de ordenação que marcou profundamente sua vida: “Os Judeus pedem milagres, os gregos procuram filosofias; nós, porém, pregamos Cristo crucificado” (1 Cor 1, 22-23a).
Presidiu sua primeira Missa em 23 de junho de 1957, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Seguiram-se 09 anos de um difícil trabalho pastoral, marcado pela perseguição comunista à Igreja Católica e aos sacerdotes. Padre Ladislau foi obrigado a trabalhar na clandestinidade, organizando pequenos grupos de jovens que perseveravam na oração do Terço Mariano. Muitos daqueles jovens ainda vivem nos dias de hoje, e mantém a sólida formação espiritual adquirida naquela época.
Em agosto de 1966, sob intensa perseguição comunista e constantes ameaças de morte, partiu para Roma com a ajuda de amigos, trabalhando um ano na Pastoral dos imigrantes húngaros. Desejando ser missionário na África, pediu o visto de entrada no Congo-Belga, porém, devido à guerra civil no país, não foi aceito. Em 1967, foi convidado pelos beneditinos a vir para o Brasil. Aceitando, fixou-se em São Paulo, no bairro Morumbi, onde trabalhou na Paróquia Santa Cecília.
Em 1968, ao visitar em Porto Alegre (RS) seu conterrâneo, o Monsenhor Luiz Mezgar, conheceu Dom Vicente Scherer, que o convidou a fundar uma paróquia na zona sul da Capital. Aceito o convite, padre Ladislau escolheu São Martinho, o santo mais popular da Europa, como padroeiro da nova Paróquia. Foram anos muito difíceis, pois a região ainda contava com poucas famílias, o que o forçou a construir a Igreja em etapas.
No início dos anos 70, conheceu a RCC através de Sacerdotes Jesuítas que, na época, divulgavam o movimento no Sul do Brasil por meio de Retiros chamados “Experiências de Oração”. Obteve aprovação do Movimento Carismático a nível diocesano em agosto de 1978, por meio de Dom Antônio Cheuiche e do Cardeal Dom Vicente Scherer.
Padre Ladislau trouxe da Hungria o desejo de trabalhar por mundo fraterno, com diálogo aberto entre raças, culturas e religiões e respeito aos direitos humanos. Este desejo se concretizou em 04 de dezembro de 1990 com a criação da Fraternidade Nossa Senhora da Evangelização, uma Sociedade de Vida Apostólica. O próximo passo foi a construção da Casa de Retiros Nossa Senhora da Evangelização, um prédio de 04 andares que já acolheu, desde a sua inauguração, mais de 30 mil retirantes.
Em 1992, criou a Fundação Fraternidade para dar suporte jurídico ao trabalho de evangelização e, com o apoio de Sócios-evangelizadores, deu início à formação da Rede Fraternidade de Comunicação.